Notícias do Koru

Koru Centro-Dia: vida em movimento

“De tempo somos”, escreveu certa vez um famoso autor. Assim descreveu a jornada que cada um de nós percorre pelo caminho da vida. A frase é do uruguaio Eduardo Galeano, mas poderia ter sido escrita pelo português Urbano A. Afonso. Não só porque o segundo já viveu o tempo de 57 anos de casamento com sua esposa Adelaide da Conceição Diz, viu seus filhos crescerem e os netos nascerem, ao longo de seus 78 anos. Mas também porque, taxista por mais de 40 anos, percorreu milhões de quilômetros em sua estrada, sem nenhum esbarrão, como faz questão de lembrar.

Os caminhos da vida, entretanto, ao contrário daqueles que Urbano decorou pelas ruas de São Paulo, são imprevisíveis. Após uma vida de trabalho árduo, que perdurou até após sua aposentadoria, quando trabalhou por um ano na construção da casa onde hoje vive, há cerca de 5 anos o ex-motorista foi acometido por um quadro de Doença de Parkinson, que afetou suas pernas, sua deglutição e sua fala. Com dificuldade para executar as atividades básicas do dia a dia, Urbano passou a ficar a maior parte do tempo em casa, aos cuidados de sua esposa.

No final do ano passado, sua história se cruzou com a do Koru Centro-Dia, quando sua filha Ana Cristina, conheceu a proposta e a família decidiu levá-lo para vivenciar um dia no local. Diferente do modelo tradicional das casas de repouso, o Koru é um centro de desenvolvimento e promoção da saúde para idosos, que oferece uma programação de atividades e cuidados durante o dia, e permite o retorno para casa à noite. “O Parkinson debilitou muito a locomoção do Seu Urbano, aumentando o risco de quedas e a necessidade de auxílio no dia a dia. Mas, ao mesmo tempo, sua parte cognitiva está bem preservada. Por isso, para promover o seu bem-estar é preciso de cuidados como sessões com fisioterapeuta e fonoaudióloga, mas também atividades que o estimulem e promovam novas experiências”, explica Mirian Pimentel Shiba, uma das idealizadoras do espaço.

Dotado de uma persistente “mania de querer aprender”, Urbano encontrou no centro-dia um ambiente para iniciar antigos objetivos, como aprender informática e treinar o inglês. “Sonhar não é proibido. Eu fico feliz com tudo que me ensine algo novo”, afirma. Não é à toa que uma de suas atividades preferidas seja assistir, durante as sessões na sala de televisão, programas que mostrem diferentes lugares do Brasil e do mundo vistos de cima, enquanto escuta atentamente todas as informações sobre cada local. No Koru há também sessões de musicoterapia, pintura, ginástica cerebral e práticas de jardinagem.

Frequentador do centro-dia há cerca de 5 meses, Urbano e seu bom-humor são conhecidos por outras pessoas de sua faixa etária que também frequentam o espaço, e divertem a equipe do local composta por terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, oficineira, nutricionista, psicólogo,musicoterapeuta, arte educador, pedagogo e cuidador, além da equipe de cozinha. “Eu encho o saco de todo mundo”, brinca. “Todos são uns amores e eu aprendo muito com os outros. Essa troca de experiências traz muitas lições para mim”, conta. “Ser saudável envolve muitos outros fatores além do físico, da ausência de doença. O bem-estar leva em conta fatores como o mental, o emocional e o social. Por isso é muito importante a convivência com pessoas que estejam passando por situações parecidas e as conversas e reflexões sobre o envelhecimento e o curso de vida”, explica Marília Vieira Sanches, cofundadora do Koru.

A família também aprova a experiência. Dona Adelaide, esposa de Urbano, conta que há um ano não tinha tempo para ir ao dentista, dividida entre os cuidados com o marido e as tarefas do dia a dia, como ir ao mercado e cozinhar. Atualmente, Urbano frequenta o Centro-Dia todos os dias em período integral  , voltando à noite e aos finais de semana para casa, onde recebe a visita dos filhos e netos. “Sinto saudades, mas a vida melhorou para nós dois”, ela conta. No Koru, os familiares podem solicitar orientações à equipe sempre que necessário, além de elaboração de plano de cuidados para o final de semana.

Orgulhoso por ter sido um dos criadores do modelo de Rádio Táxi, utilizado até hoje, Urbano sente saudades dos dias em que andava na rua dirigindo seu carro, quando era uma referência entre os taxistas da cidade. Mas sente mais falta ainda de momentos como os passeios que fazia a pé com sua esposa pela Avenida Sena Madureira, quando iam até o Parque do Ibirapuera. “Trabalhar é bom, mas viver é melhor ainda”. Talvez seja essa a conclusão que o ajuda a manter o sorriso e a vontade de se desenvolver cada vez mais. “Não há nada mais importante do que a vida”, ensina.

Se você quiser bater um papo com o “seu” Urbano e conhecer o conceito do Koru Centro-Dia, agende uma vivência por um período de 3 horas, conheça a equipe e participe das atividades sem custo algum. O Koru Centro-Dia funciona de segunda a sexta, atendendo os idosos das 7h às 19h e o público das 9h às 17h. Acessewww.korucentrodia.com.br e saiba mais.

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